quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os discípulos o abandonaram

Ao lermos o texto bíblico que descreve o momento em que Jesus é preso (Mt 26:45-56), presenciamos Judas Iscariotes entregando-O aos soldados com um beijo. Normalmente, quando lemos essa narração, nos atentamos mais para a atitude do traidor. Porém, hoje veremos a outra parte da história que é tão importante quanto essa.
No capítulo 26, verso 56b, do Evangelho segundo Mateus está escrito: “Então todos os discípulos o abandonaram e fugiram”. Como podemos perceber os discípulos, no momento em que Jesus estava para ser preso, o deixaram. Ou seja, eles literalmente largaram o seu mestre a sós. A atitude deles poderia ter sido diferente, se tivessem se arriscado a serem levados com aquele. Algum deles poderia ter dito que se o Cristo fosse acorrentado ele também seria, não o recusando independentemente do que poderia lhe acontecer.
Sabemos que tudo isso aconteceu com Jesus porque estava determinado antes mesmo da fundação do Mundo. Se os discípulos se oferecessem para serem aprisionados com o Messias ou para sofrerem crucificação assim como Ele, isso não modificaria o que já estava predestinado. Jesus morreria na cruz da mesma forma. Porém, o que estou tentando levar-nos a refletir é no fato de que os discípulos não estavam dispostos a pagar esse preço. Eles já sabiam que o mestre morreria, pois este mesmo já os havia dito isto. E mesmo tendo em vista esse sofrimento, eles o deixaram.
Será que nós, muitas vezes, não temos fugido de padecer por e com Cristo? Porque sabemos que se sofremos, com Ele sofremos, pois seu Espírito habita em nós. Será que não o temos abandonado por conta do medo das circunstâncias a nossa volta? Porque o que atemorizou os discípulos não foi o que seria feito com Jesus, mas o que poderia acontecer a eles se permanecessem ali. Se eles realmente estivessem se importando com Jesus, não o teriam deixado. Quantas vezes temos fugido por medo do que nos possa acontecer se os nossos adversários vierem contra nós? Corremos ao invés de continuarmos firmes, pois não cremos que o Senhor está conosco e que nenhum mal nos sucederá.
Precisamos compreender que não são nas grandes coisas que nós, discípulos, abandonamos o Mestre. São nas pequenas que nós falhamos e sem perceber nos afastamos da Sua presença. Certamente aqueles apóstolos ficaram arrependidos por terem deixado Jesus no momento em que Ele mais precisou de suas companhias. Será que temos reconhecido todas as vezes que nos acovardamos deixando de ir com o Messias aonde quer que Ele vá?
No amor de Cristo,
Rafael Lira.